As crianças têm direito a descobrir que os melhores brinquedos são os pais.
1. AS CRIANÇAS TÊM DIREITO A BRINCAR TODOS OS DIAS.Na
escola, entre as aulas e ao longo delas (sempre que o professor for
capaz de pôr brincar a rimar com aprender). Em casa e ao ar livre – no
quarto como num parque – sob o olhar, discreto, dos seus pais. Brincar
só ao fim de semana não é brincar: é pôr uma agenda no lugar do
coração.
2. AS CRIANÇAS TÊM DIREITO A EXIGIR O BRINCAR COMO O PRINCIPAL DE TODOS AS DEVERES.As
crianças têm o direito a defender a primazia do brincar sobre todas as
tarefas. A fórmula: «primeiro, fazes os deveres e, depois, brincas», tão
do agrado dos pais, é proibida! Só depois do brincar vem o trabalho.
3. AS CRIANÇAS TÊM DIREITO A UNIR BRINCAR COM APRENDER.
Brincar
é o “aparelho digestivo” do pensamento. Liga a imaginação com tudo o
que se aprende. Quem não brinca imita, repete, fábula, falseia ou finge.
Mas zanga-se, sem redenção, com o aprender!
4. AS CRIANÇAS TÊM DIREITO A NÃO SABER BRINCAR.
Brincar
é uma sabedoria que nunca se detém: inventa-se, descobre-se,
deslinda-se, desvenda-se. Brincar é confiar: no desconhecido, no que se
brinca, com quem se brinca. Crianças sossegadinhas são brinquedos à
espera dos pais para brincar.
5. AS CRIANÇAS TÊM DIREITO A DESCOBRIR QUE OS MELHORES BRINQUEDOS SÃO OS PAIS.
Apesar
disso, têm direito a requisitar tudo o que entendam para brincar. Têm
direito a brincar com as almofadas, com caixas de cartão, com os dedos, e
com tudo mais que entendam, por mais que sejam não sejam objectos
convencionados para brincar. Tudo aquilo que não serve para brincar não
presta para descobrir e com brinquedos de mãos brinca-se de menos.
6. AS CRIANÇAS TÊM O DIREITO A DESARRUMAR TODOS OS BRINQUEDOS...
(e
a arrumá-los, de seguida, com um toque… pessoal). Têm direito a
desmanchar os que forem mais misteriosos, mais rezingões ou, até, os
divertidos. Quando brincam, têm direito a ter a vista na ponta dos
dedos, a cheirar, a sentir, a falar, a rir ou a chorar. Não há, por
isso, brinquedos maus! A não ser aqueles que servem para afastar as
pessoas com quem se pode brincar.
7. AS CRIANÇAS TÊM DIREITO A BRINCAR PARA SEMPRE.
A
Infância nunca morre: apenas adormece. E quem, crescimento fora, se
desencontra do brincar, não perceberá, jamais, que não há crianças se
não houver brincar.
Eduardo Sá
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