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Nem muito simples nem demasiado complicado...

 
No passado dia 28 de Maio no auditório da Junta de Freguesia de Prado, a Associação USINA apresentou a peça “Nem muito simples... nem demasiado complicado” a todos os nossos alunos do 9ºano. Trata-se de  uma peça que pretende retratar situações problemáticas do dia-a-dia dos adolescentes e proporcionou aos nossos jovens alunos o contacto com o teatro-debate.
A apresentação desta peça foi possivel através de uma candidatura da equipa da Educação para a Saúde ao projeto CUIDA-TE do IPDJ .
A comunicação através do teatro-debate tem-se revelado um meio privilegiado de levar os jovens a dialogarem sobre as dificuldades de comunicação com que muitas vezes se deparam, especialmente se essas situações tocam o foro íntimo da sexualidade.
Esta atividade faz  parte de uma acção continuada de intervenção da Escola considerando que a educaçaão sexual tem importância relevante na saúde dos adolescentes  e constituiu  mais um recurso para trabalhar a sensibilização/consciencialização/percepção do risco.

A sessão de debate teatral iniciou-se pela representação de uma peça de teatro composta por 7 pequenas histórias relacionadas com a sexualidade, que reproduzem situações comuns no dia-a-dia dos adolescentes.
Após a representação da peça, que dura cerca de 30 minutos, cada situação foi  representada de novo para permitir aos jovens presentes intervirem, apresentando e experimentando pôr em prática as suas ideias para modificar as situações problemáticas geradas em cena.
Interpretaram  a peça um par de magnificos jovens actores, Mané e João acompanhados pela Ana que apresentou o espectáculo e moderou todo o debate, de uma forma extremamente assertiva e formativa.
 
Peça de teatro debate
“NEM MUITO SIMPLES, NEM DEMASIADO COMPLICADO”
(Um espectáculo de debate teatral sobre relacionamentos e sexualidade)
SINOPSE

Nem Muito Simples, Nem Demasiado Complicado é um espectáculo de Teatro Debate
constituído por um prólogo e sete cenas com diferentes problemáticas ao nível dos
relacionamentos e sexualidade



 


Cena 1: O primeiro passo
Tema: Iniciar uma relação
Hugo e Luísa já se viram nos corredores da escola… A sua timidez torna difícil a primeira
conversa… Para que haja uma relação é preciso que haja um encontro… Mas para haver um
encontro é preciso que alguém dê o primeiro passo…

 
Cena 2: Uma questão de equilíbrio
Tema: Gestão da relação
Numa relação nem sempre é simples encontrar o seu espaço e saber respeitar o espaço do
outro. Joana e Luís já namoram mas ele não gosta da maneira de vestir dela e ela é muito
ciumenta… Como resolver esta situação? Talvez seja tudo uma questão de equilíbrio.

Cena 3: Como sair desta?
Tema: Como terminar uma relação
Começar uma relação é uma coisa, terminá-la acarreta outros problemas… Sobretudo quando
não se quer magoar o outro. Este é o dilema do Diogo em relação à Patrícia… Ela está muito
apaixonada, com ele as coisas são um pouco diferentes.


Cena 4: Uma ocasião especial
Tema: início da sexualidade
Pela primeira vez, desde que começaram a namorar, o Miguel e a Marta tem a oportunidade de
passarem a noite juntos. O Miguel deseja-o muito, mas a Marta não se sente ainda preparada.
O que se irá passar?

Cena 5: A primeira vez
Tema: dúvidas e questões sobre a relação sexual
João e Rita estão numa festa! E nessa festa existem muitos quartos vagos no andar de cima…
Mas e se “ele não gostar do meu corpo?” e se “ela não gostar das minhas carícias?”… Como
propor o preservativo? O que fazer com todas estas dúvidas?

Cena 6: A cada um o seu papel
Tema: Contracepção
A dois partilha-se tudo ou será que numa relação cada um tem o seu papel?
Após o rompimento do preservativo durante uma relação, Paulo e Teresa são postos perante a
necessidade de encarar o risco de uma gravidez não desejada e a questão da contracepção de
emergência…

Cena 7: À beira - mar
Tema: Infidelidade e doenças sexualmente transmissíveis
João e Carolina já namoram a algum tempo e têm plena confiança um no outro. Já fizeram
análises e já sabem que está tudo bem… Decidiram deixar de usar o preservativo e Carolina
toma a pílula…

Estão agora a passar férias juntos pela primeira vez, mas Carolina está um pouco estranha…
O que fazer quando não se tem coragem para contar coisas muito importantes às pessoas que
mais amamos?

Os  alunos votaram como cenas que queriam ver novamente representadas para lhes permitir intervirem, apresentando e experimentando pôr em prática as suas ideias para modificar as situações problemáticas geradas em cena, as cenas nº 1, que abordava a dificuldade da primeira conversa… Para que haja uma relação é preciso que haja um encontro… Mas para haver um encontro é preciso que alguém dê o primeiro passo…e pelos vistos este quebrar de gelo é uma situação, um momento  dificil para os nossos jovens...
Quanto à cena 2, foi referido que numa relação é preciso haver diálogo e confiança. Os alunos disseram que é importante cada um dos elementos do casal "dar espaço" ao outro, reservar tempo para os amigos e outros interesses de forma amanter a relaçaõ equilibrada e satisfatória para ambos.

Na cena 3, na qual o Diogo quer terminar uma relação mas não sabe como, o diálogo surgiu como uma necessidade evidente nessa relação.


 
Na 4ªcena, sobre "uma ocasião especial" , a 1ª vez...continua a dividir as opiniões e infelizmente ainda ouvimos argumentos como "as necessidades" dos rapazes para justificarem o OK à relação sexual sem que ambos conversem e decidam que ambos estão prontos para dar esse passo...

Quanto à cena 5 na qual eram abordadas as inseguranças próprias de uma primeira relação sexual, às em sempre fáceis relações com o seu " novo corpo" e à utilização do preservativo numa 1ª relação sexual, os nossos alunos demonstraram ainda muita fragilidade de conhecimentos e de informação sobre, por  exemplo, onde poderão encontrar disponiveis preservativos, quando necessário, isto apesar de ainda há menos de um mês essa temática ter sido abordada e trabalhada numa oficina PRESSE que decorreu durante a Semana da Saúde.

Quanto à cena 6 foi notória a necessidade de nos preocuparmos com a educação sexual dos nossos jovens mesmo em termos de saúde pública, uma vez que a idade de iniciação sexual está a diminuir,  o que pode estar associado a uma maior imaturidade e a uma maior exposição a comportamentos sexuais de risco.

Finalmente a cena 7 onde eram   abordados os temas da infidelidade e das doenças sexualmente transmissíveis foi uma das que proporcionou mais intervenções dos alunos , tendo surgido diferentes propostas de resolução para o conflito que colocava em oposição o João e a Carolina, após uma traição desta depois de uma "noite de copos"... Foi o mote para se discutir o consumo excessivo de alcool e os efeitos deste no comportamento dos jovens, a questão da sinceridade e do diálogo como valores imprescindiveis numa relação amorosa, a necessidade de uma boa comunicação com "o outro", a capacidade de perdoar quem se ama, o que fazer depois de determinados comportamentos de risco, etc, etc...

O João da história e o João ator,  com uma elevada capacidade de improvisação e de contextualização das "deixas" que lhe eram dadas pelos alunos que com ele contracenaram, proporcionaram aos nossos alunos uma enorme abrangência nas possibilidades de resolução deste problema,  humanizando muito as soluções encontradas, realçando os valores da compreensão e da partilha de responsabilidades, enfim...do Amor .


 
Com mais esta atividade desejamos ter dado o nosso contributo para que os alunos pudessem explorar os seus próprios valores e atitudes face à sua sexualidade e para  "afinar" habilidades de tomada de decisão, tornando-se cada vez mais  capazes de fazerem  escolhas mais informadas e mais saudáveis nas suas vidas .
Os nossos parabéns aos atores da USINA (Ana, Mané e João) que revelaram uma enorme capacidade de liderar o grupo de mais de 100 alunos com o qual trabalharam, de explorar muito bem as suas "deixas" e contributos para o debate , de moderar a sua participação, contribuindo assim decisivamente para o sucesso desta atividade.
 
O nosso agradecimento à Junta de Freguesia da Vila de Prado e ao seu presidente, Paulo Gomes, que gentilmente nos cedeu o auditório onde se realizou este teatro-debate.

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