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Numa peça de Teatro-Forum pretende-se destruir a barreira entre palco e plateia e implementar o diálogo – a comunicação directa e ativa entre os espetadores e os atores. Aí, apresenta-se ao público um (ou vários) problemas, em forma de teatro, e o público é estimulado a entrar em cena, substituir o protagonista, participando de forma direta na criação de um final ou de vários finais possíveis. O Teatro-Forum, ao montar quadros de interação que apresentam problemas vividos pelas comunidades e ao propor que elas assumam o protagonismo de mudarem o final das estórias apresentadas, é um meio muito interessante de diálogo entre as comunidades. A base é a exploração de situações de opressão e a valorização da capacidade criadora e criativa de todas as pessoas, através da sua ativação enquanto sujeitos.

No dia 15 de fevereiro todos os alunos do 8ºano tiveram a oportunidade de participar nesta iniciativa dinamizada pela Tatiana Mendes (KRIZO) e que contou com a preciosa colaboração de 8 alunos da EB de Cabreiros ( Beatriz Oliveira, Nádia Monteiro, Margarida Silva, Bruna Vilaça, Marta Araújo, Marcos Vilaça, Beatriz Ferreira e Sara Araújo) e da profª Justina Vilaça.
Foram eles os atores da peça que encenaram sobre uma situação de violência no namoro e que  serviu de "mote" à sessão.

Depois de uma breve introdução realizada pela Tatiana Mendes, que teceu alguns apontamentos sobre a história do Teatro Fórum/ Teatro do Oprimido e sobre  a sua utilização enquanto ferramenta pedagógica, foi feita a apresentação da cena, que motivou depois a exploração da temática proposta.
Era uma história de namoro entre a Filipa e o André e que tinha como outras personagens a mãe e a irmã da Filipa, a sua Diretora de Turma e as suas amigas  que revelaram grandes dificuldade em ajudar a Filipa que, tinha medo, não partilhava os seus problemas, não pedia ajuda e   apresentava sinais evidentes de insegurança e baixa auto-estima.


Com a "moderação" da Tatiana,  a situação encenada foi explorada , recorrendo a muitos assuntos já abordados e dabatidos nas sessões de Art´Themis que no ano passado abrangeram todos estes alunos sendo  identificadas pelos alunos muitas das diversas formas de violência presentes na história (violência física, controlo da roupa e dos amigos, invasão de privacidade, isolamento social, etc). Foram também apresentadas e debatidas algumas propostas para a resolução dos problemas detetados, identificadas as fases do "Ciclo de violência" e apontadas pistas para percebermos como poderemos/deveremos atuar nestes casos...

 Foi proposto à nossa plateia a sua participação direta,comprometida, assegurando uma "solução" alternativa para aquela situação , percebendo que "as coisas não se resolvem por magia", acontecendo-nos a nós temos que saber o que fazer e se acontecer com alguém próximo temos que saber como ajudar...

 Foi uma proveitosa jornada de prevenção, com muitos motivos para análise e reflexão e que desejamos,  possa contribuir para a mudança que se impõe na nossa Sociedade na qual  a violência no namoro  é uma realidade assustadora e que tem de ser combatida...

Obrigado aos alunos de Cabreiros,  à Prof Justina  e à Tatiana  pela sua participação e empenho na defesa de um Mundo Melhor...de uma Sociedade mais justa e igualitária.

"A UMAR – União de Mulheres Alternativa e Resposta – é uma associação “que se reclama de um feminismo comprometido socialmente, empenhada em despertar a consciência feminista na sociedade portuguesa”. Faz um trabalho inestimável pela igualdade de género no nosso país.
No último inquérito feito pela UMAR percebe-se, mais uma vez, que a violência no namoro em Portugal é uma realidade assustadora e que tem de ser combatida: 885 alunos, entre os 11 e os 18 anos, consideram legítimos os comportamentos abusivos para com as namoradas ou namorados.
Mais de metade dos rapazes e das raparigas acha que é normal proibir a namorada/o de vestir certas roupas e de sair com determinados amigos.
Entre o sexo masculino, 5% considera que agredir a namorada não é ser violento. 25% dos rapazes e 13,3% das raparigas entendem que humilhar a namorada/o é legítimo e que ameaçar a namorada ou o namorado é normal (15,65% dos rapazes acha que sim e 5% das raparigas também).
É preciso trabalhar para inverter estes números. É preciso comunicar para esta geração, arranjar ferramentas para os trazer para o campo da discussão e do debate, fazê-los questionar comportamentos, num diálogo aberto “entre pares”, sem moralismos nem dedos acusadores."

Rita Ferro Rodrigues -  www.capazes.pt
Capazes é uma Associação Feminista que tem como objectivo promover a informação e a sensibilização da sociedade civil para a igualdade de género, defesa dos direitos das mulheres e empoderamento das mesmas, definindo-se assim como entidade promotora de uma ocupação igualitária das mulheres no espaço público.



O nome é invulgar. Krizo – Educação, Arte e Cidadania é crítica e crise. Nasceu em maio de 2013, em Braga, numa altura de visíveis dificuldades sociais e económicas, e tem hoje pernas para andar. 
O objetivo da associação prende-se com a discussão de vários temas, através de expressões de arte e cultura.A associação trata de temáticas preocupantes sobre as quais “quer pesquisar, refletir, consciencializar, debater a fundo e com muita gente”. Cada tema é apresentado de diversas formas, como debates, workshops, peças de teatro em salas ou no exterior. Tratam-se de várias iniciativas reunidas para alcançar um objetivo comum, pois a Krizo considera que “é assim que é possível fazer alguma coisa”. A associação procura produzir uma “transformação social em várias áreas, nomeadamente nas questões de género, de minorias ou precariedade”, segundo Tatiana Mendes, também membro da direção.
Ao definir a Krizo, Inês Barbosa, entre risos e lembranças, afirmou: “uma caixinha de surpresas”, uma “caixinha de música” e um “espelho”. Imprevisibilidade é a palavra que marca os diferentes eventos que realiza, pois cada tema baseia-se, segundo Inês, “naquilo que sai, que se está a pedir, que é urgente”.
Atualmente, Inês e Tatiana não conseguem contar pelos dedos das mãos os infinitos trabalhos que já realizaram e que pretendem levar a cabo. Os objetivos têm aumentado, o trabalho está a crescer e a Krizo a ganhar reconhecimento.
Na memória desta associação cultural e artística, ficam as “frases bonitas” e as reações surpreendentes que marcam as intervenções que organiza.

GAAF

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