Terminou no
passado sábado a ação de formação "Cultivar Mindfulness em contexto
educacional" um projeto na área da Educação que propõe transformar a
vida dos professores, das crianças e dos jovens, através do desenvolvimento de
programas de aprendizagem sócio-emocional baseados nas práticas de mindfulness.
Tem-se verificado um interesse crescente pela utilização das abordagens
baseadas no mindfulness em contexto educacional, especialmente
nas que são dirigidas aos alunos. Estas intervenções configuram-se como um
caminho essencial para a promoção da saúde e bem-estar dos mais jovens, estando
associadas ao aumento de comportamento pró-sociais, à redução de problemas de
comportamento e à melhoria dos resultados académicos.
Segundo Joana
Carvalho, a nossa excelente e experiente formadora, "ao
professor pede-se que disponibilize a todos os alunos suporte emocional,
promova um ambiente de sala de aula acolhedor e estimulante, seja um modelo na
regulação das emoções, oriente os alunos em situações de conflito com
sensibilidade e sensatez, tenha uma gestão eficaz dos comportamentos
desafiadores dos alunos e responda às exigências da avaliação de resultados. E,
no entanto, apesar de todas estas exigências, estes raramente recebem formação específica
sobre como lidar com estes aspectos na sala de aula". Sabendo-se
também dos resultados de um estudo recente que indicou que 30% dos
professores portugueses se encontravam em situação de “burnout”, e entre 20% a
25% apresentavam queixas de stress, ansiedade e depressão. Como pode um
professor aplicar mindfulness na sala de aula? Por onde deve começar
Foi com este desafio em mente que a Direção do Agrupamento de Escolas de Prado e a coordenação TEIP dinamizaram esta ação que teve início já no ano letivo anterior, sendo as primeiras 25 horas realizadas numa frequência semanal e as últimas cinco numa única sessão, cerca de 3 meses após o final das primeiras. Estas sessões de reforço são fundamentais, pois contribuem para a manutenção, a longo prazo, dos resultados da intervenção, conforme dizem as orientações para as práticas de qualidade e eficácia na área da educação e investigação. "Na área da educação e nomeadamente do desenvolvimento das competências de mindfulness, é fundamental que isso aconteça. O professor tem mais tempo para desenvolver, assimilar e aprofundar a sua prática. A ultima sessão de cinco horas, foi um momento de prática e reflexão sobre o que aconteceu nos meses anteriores e serve também de estímulo para continuar."
Quanto ao
futuro, sobre se acredita ser possível uma política nacional de educação que
integre o mindfulness, a Joana diz acreditar que esse momento há-de
chegar. Existem outras experiências em Portugal a este nível e é preciso
começar a semear por baixo e deixar que os frutos cresçam...
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No
Agrupamento de Escolas de Prado, a Joana deixou e cuidou desta semente durante
estes meses em que nos acompanhou, motivou e apoiou, mas agora cabe a cada um
de nós cuidar de si, para melhor poder cuidar dos outros e deixar crescer este
fruto, disseminando as práticas de mindfulness e aprimorando a forma como nos
relacionamos com os outros...
GAAF
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(texto baseado numa entrevista realizada a Joana Carvalho por Ethel Feldman in Mindmatters magazine).
Joana
Sampaio de Carvalho é responsável pela área da Educação no Instituto
Mindfulness. Interessada na promoção do bem-estar e no desenvolvimento saudável
das crianças, dos jovens e dos adultos, trabalhou em diferentes contextos:
comunitário, escolar e prevenção do consumo de substâncias psicoativas. Está a
finalizar um estudo sobre os efeitos das práticas
de mindfulness (através do Programa Mindup) para professores e
alunos do 3º ano do 1º ciclo do ensino básico. É consultora e formadora do
Programa MindUp, é formadora do Programa Paws b (para crianças
dos 7 aos 12 anos) e trainee do Mindfulness Based Stress
Program (MBSR) no UC San Diego Center for Mindfulness.
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