Com um ilustre e prestigiado grupo de palestrantes “manuelinos”, inaugurado com a Manuela Mendonça, foram debatidos temas como o atual e desvalorizado estatuto dos professores, a Educação como um dos objetivos da Agenda 2030, que contempla objetivos económicos, sociais e ambientais à escala mundial, a história “mais recente” da educação em Portugal desde 2005 a 2015 e o desafio que constitui ser professor(a) nos dias de hoje, num mundo em constante mudança, num mundo onde da educação e da escola se espera tudo ou quase tudo…
Partindo do princípio
que devemos conhecer para melhor agir, foram apresentados ainda alguns dados
comparativos de Portugal com a média de 30 países da OCDE em questões como a formação
dos docentes, o tipo de contrato laboral, a idade, o nº de alunos/turma, o
horário letivo semanal, a satisfação com a sua profissão, os fatores que mais
os motivam, etc.
Manuela
Esteves referiu que nem sempre, enquanto classe, valorizamos as grandes
conquistas já tidas em termos de educação. A realidade muda sempre, seja para
melhor ou para pior, mais depressa ou mais devagar, às vezes tão tenuemente que
quase não damos por essas mudanças, mas que elas existem, existem…e temos que
as saber valorizar.
Finalmente
numa perspetiva mais sociológica, Manuel Carvalho da Silva dissertou sobre
alguns desafios que se colocam à Escola e aos professores, sobre como poderá a
sociedade portuguesa recuperar da saída de 500 000 jovens, e abordou a questão
do trabalho nas suas várias dimensões, solicitações e exigências.
No meu balanço
pessoal senti e refleti que temos realmente que saber dar força aos professores
no geral, acreditando também na nossa própria força, na força de cada um de nós…
Somos e queremos ser defensores, lutadores por uma sociedade mais justa e
sustentável, com espaço para todos…
Temos que saber
assumir a Educação como direito humano básico, potenciador de todos os outros
direitos mas também como um bem comum…Precisamos de recuperar para a Escola o ânimo, o
sentido do trabalho que fazemos e a ideia de Futuro, inerente ao ato educativo.
Não poderemos deixar que a escola se limite a ser um espaço de reprodução da política
dominante, devemos garantir que seja um espaço de formação, de desenvolvimento
de capacidades e competências, onde um currículo pleno defenda a formação integral
dos alunos, com práticas laboratoriais, ensino artístico, etc, e a inclusão de
TODOS os alunos… Queremos ver reconhecido à escola o seu papel fundamental na
Sociedade e que seja garantida à Escola Pública a possibilidade de cumprir equilibradamente
as 3 funções que lhe são atribuídas: formar indivíduos, pessoas capazes de
serem felizes; formar cidadãos, pessoas capazes de viver em sociedade, de serem
solidários, críticos, ativos e formar trabalhadores, pessoas capazes de se
inserirem no mundo do trabalho.
Não nos
podemos esquecer que a educação esteve na base do desenvolvimento do país nos últimos
40 anos e da emancipação das pessoas e há hoje, evidentes riscos de “retrocessos”…
Neste sentido
os professores, com uma atitude mais reivindicativa e mais ativa, poderão
certamente fazer a diferença, e a História já nos mostrou que isso é possível…
Que a mensagem deste Dia do Professor se prolongue ... e encontre eco em cada um de vós...
Isabel Macedo
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