“75%
dos jovens portugueses NÃO FUMAM”
No âmbito do Dia Mundial Sem Tabaco, que se
assinala a 31 de Maio, a Comissão de Tabagismo da Sociedade Portuguesa de
Pneumologia dá destaque aos 75% dos jovens portugueses que não fumam.
Ciente que a prevenção é um dos
principais pilares da luta para acabar com a epidemia do tabaco, a Comissão de
Tabagismo da SPP aposta, este ano, em chamar a atenção para aquele que é
considerado o grupo mais vulnerável ao início do hábito tabágico.
A mensagem deste ano - “75% dos jovens
portugueses não fumam”- destaca os últimos dados nacionais,
publicados no relatório da DGS “Portugal, prevenção e controle do tabagismo em
números – 2014”1. Os dados apresentados mostram perspetivas pouco
animadoras em relação ao início e consumo de tabaco nos mais jovens,
nomeadamente na população dos 15 aos 24 anos: 25.5% dos jovens nesta
faixa etária, quando inquiridos, terão declarado ter fumado nos últimos 30
dias. Para Ana Figueiredo, Coordenadora da Comissão de Tabagismo da SPP “nos
últimos anos pouco tem sido o investimento na prevenção deste grupo de risco, o
que fez estagnar a redução de início de consumo que se verificava no passado.
Por outro lado o consumo nas raparigas é agora muito mais expressivo, com pouca
diferença em relação aos rapazes”.
Sabe-se que a maior parte dos jovens inicia o
consumo por curiosidade e influência dos amigos ou de grupos. A campanha deste
ano quis inverter os números e mostrar de uma forma positiva aos jovens que não
fumar é ter atitude, personalidade e uma postura de afirmação, o que não
acontece com os fumadores que acabam por ficar socialmente desenquadrados, como
“aves raras” ou até como a “ovelha negra”.
A SPP lembra ainda que é importante não
negligenciar a questão da exposição ao fumo ambiental, que acaba também por
colocar os jovens numa situação de vulnerabilidade. “É fundamental criar
leis realmente restritivas, sem exceções, que desencorajem o início do consumo.
Estudos científicos têm mostrado que os jovens que vivem em cidades com
proibições abrangentes de fumar em restaurantes, bares e discotecas têm metade
da probabilidade de se tornarem fumadores, em comparação com os jovens que
vivem em áreas sem restrições ou com proibição parcial de fumar2.
Além disso, a saúde das crianças e dos jovens também beneficia de políticas
abrangentes de proteção ao fumo do tabaco: em países “smoke-free” houve redução
dos internamentos por asma infantil e de partos prematuros”3,4,
acrescenta Ana Figueiredo.
2
Siegel M et al. Effect of local restaurant smoking regulations on progression
to established smoking among youths. Tobacco Control 2005. http://tobaccocontrol.bmj.com/ content/14/5/300.full
3
Mackay D et al. Smoke-free Legislation
and Hospitalizations for Childhood Asthma. NEJM 2010. http://www.nejm.org/doi/full/ 10.1056/NEJMoa1002861
4
Been JV et al. Effect of smoke-free
legislation on perinatal and child health: a systematic review and
meta-analysis. Lancet 2014. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/ pubmed/24680633
Equipa GAAF / PES
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