O vírus mudou, as escolas vão ter de estar fechadas –
Maria João Brito
Maria João Brito corrige-nos quando lhe
perguntamos como assistiu à hesitação e decisão sobre o encerramento de
escolas. “Eu não assisti, eu participei.” Em Maio foi contra e agora é
totalmente a favor. Um dos argumentos para esta mudança de opinião está à sua
frente todos os dias: a quantidade de doentes graves internados no serviço de infeciologia
do Hospital Dona Estefânia, em Lisboa. Temos todos de ser heróis, pede. Os pais
e os filhos também.
Como assistiu a estas hesitações sobre o
fecho das escolas?
Eu não assisti. Eu participei. Relativamente ao conhecimento do vírus inicial
nós estávamos todos muito bem documentados. Quando chegámos ao fim do
confinamento em Maio, eu não tinha dúvidas e sempre assumi que as escolas eram
para abrir. A transmissão de criança para criança era muito baixa. Também
sempre alertei que a transmissão era diferente consoante os grupos etários. Mas
fui uma acérrima defensora da abertura das escolas.
Agora já não?
Não. Agora disse precisamente o
contrário quando o vírus inglês entrou em força e se disseminou. Disse logo que
era urgentíssimo fechar as escolas porque o vírus estava em roda livre. Não era o mesmo
vírus que estávamos a falar. E, portanto, era uma emergência fechar as escolas.
Parecia que se estava a contradizer…
Não são contradições. Nós temos que nos adaptar às dinâmicas da pandemia.
Quanto temos um vírus que se comporta de uma maneira e agora temos uma mutação
que se porta de outra, temos de mudar as nossas atitudes.
Não se combate uma pandemia só com profissionais de
saúde. Temos de ser todos. Os pais também podem ser heróis. E os filhos também.
E agora? Temos de controlar isto antes
de abrir as escolas?
As escolas vão ter de estar fechadas. O vírus não é o mesmo. Não imagina o que
é o inferno que está a acontecer nos hospitais nesta altura. Não temos mais
capacidade. Por mais que as pessoas se esforcem e se desdobrem e tentem tratar
os seus doentes há um limite. Isto não é ilimitado. E, portanto, não são só as
escolas, nada poderá voltar a abrir tão cedo, enquanto não tivermos a situação
mais controlada. Acho que isto é do senso comum. Estamos a falar do mesmo
vírus, mas que se comporta de uma forma muito diferente. E temos de encarar
isso com seriedade e com dureza. Temos de poupar vidas. Não podemos continuar a
ter cada vez mais mortos. Não podemos continuar assim.
O efeito também se sente no seu serviço,
nas crianças? Como?
No ano passado, em Abril, também chegámos a ocupar um segundo piso. Chegámos a
ter 18 doentes em simultâneos internados. Mas nessa altura não internávamos só
doentes graves como agora fazemos. Estávamos no início da fase de contenção da
pandemia. Depois também havia algum receio em relação aos grupos de risco e nós
internávamos crianças que nós achávamos que faziam parte desses grupos, por
exemplo crianças a fazer imunossupressão, com doenças crónicas graves… Hoje já
temos um conhecimento diferente e já sabemos que esses não são os que são mais afetados.
Os mais graves são, por exemplo, os obesos.
Porquê?
Porque o tecido celular subcutâneo, a
gordura, tem muitos recetores onde entra o vírus. Os ACE onde entra o vírus
estão no aparelho respiratório, mas também estão noutros órgãos. A gordura tem
imensos desses recetores e o vírus tem nestas pessoas imensos sítios onde se
replicar.
Mas agora os miúdos que tem internados
são todos graves?
Sim, todos.
E há alguma faixa etária mais afetada?
Não. No serviço nesta altura há um bebé de 12 dias e a mais velha é um jovem de
17 anos.
Prevendo as escolas fechadas durante
algum tempo, o que pode dizer aos pais? Algum conselho?
Aquilo que digo a todos é que precisam de arranjar estratégias. Vou-lhe dizer:
não é nada fácil ter os miúdos em casa 24 horas. Mas é importante assegurar que
eles não passam o dia todo em dispositivos eletrónicos. É preciso fazer
exercício físico, lerem, fazer um teatro, jogos de família. Agora, é preciso
ter tempo para isso. Têm de tentar ter paciência e pensar que o que estamos a
fazer é o melhor que podemos. Ouvimos dizer que os profissionais de saúde são
os heróis. Não! Não se combate uma pandemia só com profissionais de saúde.
Temos de ser todos. Os pais também podem ser heróis. E os filhos também. Mas,
eu sei, não é fácil.
Público 31 /Janeiro/2021 ( in blogue COM
REGRAS)
ATIVIDADES PARA FAZER COM OS FILHOS NA QUARENTENA
A pandemia de coronavírus mudou a rotina das famílias e a busca de atividades para crianças na quarentena aumentou bastante. Essa nova realidade está sendo um desafio para quem tem filhos, já que as aulas estão suspensas e os pais procuram formas alternativas de entreter os pequenos sem recorrer aos smartphones, tablets ou TV.
1.Faça um jogo de tabuleiro
Utilizando uma folha de cartolina, canetas coloridas e muita imaginação, é possível montar seu próprio jogo de tabuleiro! Peça às crianças para pensarem em um nome para o jogo, criarem regras divertidas, desenhar as casinhas e escolher alguns brinquedos pequenos para serem os peões. Criar o próprio jogo estimula a criatividade dos pequenos, além de ser superdivertido.
2.Teatro de fantoches
Uma das melhores brincadeiras para fazer em casa, o teatro de fantoches incentiva as crianças a usarem a imaginação para criar histórias completamente novas. Os personagens podem ser bonecos que os pequenos já possuem ou vocês podem construir fantoches do zero usando feltro, meia e outros materiais. Você pode dar início a brincadeira contando uma história e depois trocar de lugar com as crianças.
3.Ensaio fotográfico
Aproveite os recursos da câmera do seu celular e faça uma brincadeira de ensaio fotográfico. Junte as crianças, monte cenários e criem muitas poses divertidas! Para deixar a diversão completa, utilize acessórios, fantasias e roupas coloridas para fazer um ensaio criativo.
4.Fazer a árvore genealógica da família
Essa é uma ideia simples de atividade para fazer com os filhos na quarentena e que pode ser feita em família: use um papel A4 ou uma cartolina e junto com as crianças tente montar a árvore genealógica da família.
Vale colocar fotos, escrever nomes e até ligar para os avós para saber mais sobre os antepassados da família. Os pequenos vão adorar saber mais sobre suas origens e passar um tempo de qualidade em família.
5. Montar um acampamento
Montar um acampamento com as crianças em casa é superfácil! Com cobertores e cadeiras dá para montar uma barraca improvisada em qualquer lugar da casa, apagar as luzes e usar lanternas para deixar a brincadeira ainda mais legal. Se quiser, leve livros, lanchinhos e outros brinquedos para a barraca e faça a festa com seus pimpolhos.
6.Cinema em casa
Agora é hora de usar os filmes infantis a seu favor! Selecione os filmes favoritos dos seus filhos e faça uma sessão caseira de cinema. Para melhorar a experiência, coloque almofadas no chão da sala, prepare pipoca e outras guloseimas e curta a sessão!
7.Fazer uma obra de arte
Pegue lápis, giz de cera, tintas e solte a imaginação junto com as crianças para fazer uma obra de arte. Usando papel comum ou uma tela, misture várias técnicas de desenho e pintura e depois peça para as crianças assinarem suas obras. Você pode criar uma exposição no corredor da casa para exibir as artes dos pequenos.
Estas sugestões são do Blog Meninas e Sapatos , Esperamos que gostem...
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