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Dia Mundial do Cancro




No Dia Mundial do Cancro: “acabar com os mitos sobre o cancro”

A Liga Portuguesa Contra o Cancro (LPCC) assinala o Dia Mundial do Cancro, 4 de fevereiro, com a divulgação da campanha “Cancro. Sabias que?...” O objetivo é desmistificar algumas das ideias pré-concebidas sobre o cancro e dar a conhecer os fatos reais sobre esta doença.
Nos últimos anos as temáticas propostas pela União Internacional Contra o Cancro (UICC) para assinalar o Dia Mundial do Cancro têm incidido na prevenção mas, este ano, no âmbito de uma das metas da Declaração Mundial do Cancro, o desafio é “acabar com os mitos sobre o cancro”. Para lá das questões relacionadas com medidas governamentais, apoio para financiamentos e programas de rastreio, prevenção e tratamento, considera-se que é muito importante comunicar abertamente alguns dados sobre esta doença, em particular desfazer vários dos mitos e preconceitos que ainda estão presentes.
Foram definidas quatro áreas temáticas: mostrar que o cancro não é só um problema de saúde, mostrar que é uma epidemia global, mas que é possível tratar os doentes com muito maior eficácia. E, por último, fazer ver que com as estratégias certas é possível prevenir um em cada três casos dos tipos mais comuns de cancro. Mais informações disponíveis no site da Liga Portuguesa Contra o Cancro.
A Liga Portuguesa Contra o Cancro, uma das mais antigas instituições europeias na luta contra o cancro, desenvolve atividades com vários objetivos dirigidos para a problemática oncológica entre os quais se destaca o apoio ao doente e sobrevivente de cancro, em todas as fases da história natural da doença. A LPCC é membro da UICC desde 1983, colaborando ativamente no desenvolvimento e implementação de projetos internacionais. Também a importância que a LPCC dá às ações de prevenção e educação para a saúde fazem-na a parceira ideal no desfazer destes mitos.
Os dados atuais indicam que a incidência do cancro tende a aumentar a nível mundial, estimando-se que o número de casos de cancro e de mortes relacionadas venha a duplicar nos próximos 20 a 40 anos. Mas, e simultaneamente, sabe-se que cerca de um terço dos casos de cancro poderiam ser evitados. Daí a importância que as atividades desenvolvidas no Dia Mundial do Cancro podem ter, já que servem de pretexto para promover uma maior consciencialização e educação sobre cancro que pode levar a mudanças positivas a nível individual, comunitário e político e melhorar o tratamento de cancro.
primeiro mito a desfazer: o cancro é apenas um problema de saúde
O cancro não é apenas um problema de saúde. O Cancro possui implicações de alcance social, económico, desenvolvimento e de direitos humanos
● Aproximadamente 47% dos casos de cancro e 55% das mortes relacionadas com o cancro ocorrem nas regiões menos desenvolvidas do mundo.
● Estima-se que a situação piore. Até 2030, se a tendência atual continuar, os casos de cancro irão aumentar 81% nos países em desenvolvimento.
● Hoje, o impacto do cancro sobre as pessoas, comunidades e populações ameaça impedir a realização das Metas de Desenvolvimento do Milénio (MDGs) até 2015.
● O cancro é simultaneamente uma causa e um efeito da pobreza. O cancro afeta negativamente a capacidade da família de obter um rendimento com os custos elevados dos tratamentos, levando-os a mais a pobreza. Poucos recursos económicos, dificuldades de acesso à educação e à assistência médica aumentam o risco de uma pessoa desenvolver cancro e morrer em consequência da doença.
● O Cancro ameaça o desenvolvimento na qualidade da saúde das mulheres e a igualdade em termos de género. Anualmente, apenas dois cancros, o de colo de útero e de mama, juntos, contabilizam mais de 750.000 mortes (a maior parte a ocorrer em países em desenvolvimento).
segundo mito a desfazer: o cancro é uma doença que atinge os países menos desenvolvidos
O cancro é uma epidemia global, que afeta todas as idades e grupos socioeconómicos, sendo que os países em desenvolvimento acarretam um peso maior
● O cancro já contabiliza mundialmente mais mortes que VIH/SIDA, tuberculose e malária juntos. Das 7,6 milhões de mortes por cancro no mundo em 2008, mais de 55% ocorreram em regiões menos desenvolvidas. Em 2030, estima-se que de 60 a 70% dos 21,4 milhões de novos casos de cancro ocorrerão nos países em desenvolvimento.
● Há enormes desigualdades no acesso ao alívio da dor, com mais de 99% das mortes com dor não tratadas ocorrendo nos países em desenvolvimento. Em 2009, mais de 90% do consumo global de analgésicos opióides ocorreu na Austrália, no Canadá, na Nova Zelândia, nos Estados Unidos e em alguns países europeus; o restante, menos de 10 por cento, consumido pelos outros 80% da população mundial.
● As doenças não transmissíveis, incluindo o cancro, e as doenças infeciosas, não devem ser vistas como prioridades distintas, mas sim problemas de saúde mundial que afetam desproporcionalmente os países em desenvolvimento. Elas exigem uma abordagem integrada que crie nos sistemas de saúde nacionais capacidade para proteger indivíduos em todas as vertentes da saúde.
● Aproximadamente 50% dos casos de cancro em países em desenvolvimento ocorrem em indivíduos com menos de 65 anos de idade. Esta é uma tragédia para famílias e populações, além do potencial impacto, a longo prazo, no desenvolvimento económico.
● Diferenças demográficas correlacionam-se fortemente com fatores de risco para o desenvolvimento de cancro, como desnutrição, tabagismo, sedentarismo e abuso de álcool


terceiro mito a desfazer: o cancro é uma sentença de morte
Muitos cancros antes considerados uma sentença de morte têm cura nos dias de hoje e para muitas mais pessoas, os seus casos podem agora ser tratados com eficácia
● Com algumas exceções, o cancro detetado precocemente é menos letal e mais tratável do que cancro em estágios finais.
● Apenas nos Estados Unidos, há 12 milhões de americanos com cancro atualmente.
● Nos países com mais de uma década de experiência em programas organizados de prevenção do cancro de mama, há uma redução significativa na mortalidade pela doença. Como exemplo, o programa de Rastreio de Cancro de Mama da Austrália, estabelecido em 1991, é responsável por uma redução de quase 30% na mortalidade por cancro de mama nos últimos vinte anos.

● Globalmente, é urgente diminuir a diferença entre países ricos e pobres nos resultados de cancro.

● É um equívoco frequente pensar que os meios para tratar e lidar com o cancro são demasiado complexos e caros para os países em desenvolvimento.
quarto mito a desfazer: “estou destinado a ter um cancro”

Com as estratégias certas é possível prevenir um em cada três casos dos tipos mais comuns de cancro

● Políticas e programas globais, regionais e nacionais que promovem estilos de vida saudáveis podem reduzir substancialmente os casos de cancro causados por fatores de risco como o abuso de álcool, dietas inadequadas e sedentarismo.

● De acordo com as tendências atuais, estima-se que o tabaco matará um bilhão de pessoas durante o século XXI. É essencial criar consciência de que o uso do tabaco está relacionado com 71% de todas as mortes por cancro de pulmão, e que responde por, pelo menos, 22% de todas as mortes por cancro.

● Em muitos países em desenvolvimento, a ignorância sobre o diagnóstico e o tratamento, além do estigma associado ao cancro, podem levar os indivíduos a procurarem tratamentos alternativos ao invés de tratamentos padrão ou mecanismos para evitá-lo completamente. É essencial compreender crenças e práticas culturais, adaptando programas e intervenções.

● Pacientes de países desenvolvidos cujo cancro é curável muitas vezes sofrem e morrem devido à falta de consciência, recursos e acesso a serviços oncológicos eficazes e de qualidade que permitem o diagnóstico precoce, tratamento e cuidado apropriados.

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